“ENTREVISTA CONCEDIDA PELA D. CÂNDIDA SALVADOR MARTINS, FUNDADORA DO CENTRO ESPÍRITA GRUPO ANDRÉ LUIZ- CEGAL, EM 06/05/1996, UM DIA APÓS COMPLETAR 87 ANOS, PLENAMENTE LÚCIDA, EMBORA, COMO NATURAL, NÃO SE LEMBRE DE DATAS – MAS LEMBRA-SE DOS FATOS- AO JOSÉ REVOREDO JÚNIOR E AO GEBALDO JOSÉ DE SOUSA (PARTICIPARAM TAMBÉM, AS FILHAS DE D. CANDIDA, LIGIA E VERA)”
Observações: a presente entrevista foi digitada e transformada em arquivo digital a partir do texto original de autoria do sr. José Revoredo e do sr. Gebaldo José de Sousa. A transformação em arquivo digital tem como objetivo levar a íntegra do texto à maioria da comunidade cegalina, pela
praticidade de consulta e a portabilidade do mesmo frente ao texto em papel. Com objetivo de enaltecer o trecho referente à entrevista propriamente dita, não foram incluídas as informações referentes às atas de formação da diretoria, localizadas ao final da cópia xerografada. No restante
do texto, buscamos reproduzir a cópia fiel do conteúdo e da disposição das falas e diálogos.
Participaram da produção deste arquivo: Adriano Moraes – Digitador; Sirley Souza Borges – disponibilização da cópia em papel.
Informações sobre D. Cândida:
Nascimento: 05/05/1909 (na Cédula de Identidade de Estrangeiro -Permanente – consta a data de 15/05/1909, mas afirma que foi engano do pai, ao registrá-la).
Naturalidade: Cidade de Salamanca, Espanha – Vila Ribera de La Pereña
Filiação: Sebastião Salvador Fernandes e Antônia Marthins Alonço
Chegada no Brasil: 01/01/1912, aos três anos, conforme cédula de identidade e testemunho da própria.
No Brasil residiu nas seguintes localidades: Marcondésia-SP, Ingaí-SP, Nova Granada-SP (antes de se casar); Mangaratu-SP, Nova Granada-SP, Ingaí-SP, São Carlos do Pinhal-SP, São Paulo-SP (após casar-se); Goiânia-GO (mudou-se em 1949).
Esposo: Tércio de Almeida Sampaio (desencarnado em 1971).
Filhos: D. Cândida teve onze filhos, dos quais seis ainda encarnados.
BAIXE A ENTREVISTA COMPLETA‘”Nesta data, 06/05/1996, aqui estamos reunidos, para colher o depoimento de D. Cândida, a propósito da Fundação do Centro, e de suas atividades nesta Casa. Revoredo, Herivelto e eu, Gebaldo, estamos com muita alegria, para ouvir as palavras sempre amorosas desta que é, para nós, mãe de todos (…)
Gebaldo: O que levou, D. Cândida, a Sra. ao Centro Espírita, quando e onde, qual o Centro? (fala mais perto)
D. Cândida: Quando o compadre Zé Pedro veio doente pra cá.
Vera(filha): É, mãe, foi quando o Tércio adoeceu, em 1949.
D. Cândida: Sim, mas depois eu cheguei mais quando o Zé Pedro chegou em casa, doente, e ele gritava, gritava, gritava, e as pessoas corriam lá em casa, pensando que tinha morrido alguém e era
ele e ele não via.
Gebaldo: Sei, e além disso teve a doença de um filho. Qual foi o filho?
D. Cândida: Foi o Tércio, primeiro. Depois que era o…, esse senhor.
Gebaldo: Sei. Qual foi o Centro que a Sra. procurou pra buscar solução, recurso, pra essas enfermidades?
D. Cândida: Foi na…, em Goiânia, no Centro do Sr….Eustáquio. A rua agora não me lembro.
Gebaldo: Como é que chamava o Centro?
D. Cândida: O Centro não tinha nome, que era na casa dele. Na casa dele mesmo. Hoje ele já morreu há muitos anos.
Gebaldo: E depois a Sra. foi para um Centro na Vila Operária. Qual o nome desse Centro?
D. Cândida: Centro Eurípedes Barsanulfo.
Gebaldo: E o dirigente?
D. Cândida: Era o sr. José dos Reis
Gebaldo: E lá a Sra. integrou-se nos trabalhos. Estava trabalhando. Que trabalho a Sra fazia lá?
D. Cândida: Ah! Já começava a fazer passe. Fazendo passe.
Gebaldo: Sei. E outros trabalhos? Outras atividades?
D. Cândida: Só tinha isso mesmo. No José dos Reis não tinha como nós, depois, tinha a Campanha do Quilo; tinha tudo isso. O José dos Reis não tinha nada disso. Só trabalho mesmo.
Gebaldo: E foi lá que a Sra. Conheceu o Sr. Maceió?
D. Cândida: Foi lá que eu conheci o Sr. Maceió.
Gebaldo: Quer dizer que começou tudo ali?
D. Cândida: Tudo.